A eficiência energética é um factor que consta do vocabulário de quem opera na área das edificações urbanas. O regulamento assim o dita. Porém, a informação escasseia tanto no que toca à forma da sua aplicação no terreno como na sensibilização das pessoas face a um investimento que, no futuro, irá diminuir substancialmente os gastos de energia.
O empreendimento de painéis fotovoltaicos instalados na Amareleja, concelho alentejano de Moura, seria bem mais interessante se Portugal tivesse uma fileira de produção relacionada com o sector. “Mas os painéis foram todos importados e não há incorporação de tecnologias portuguesas”.
Portugal é o país da Europa com maior potencial de produção de energia a partir da energia solar e isso poderia ser o “nosso petróleo”. A lógica que existe nas redes de energia é a possibilidade de essas redes estarem todas ligadas e a energia que for consumida em França poder ser produzida em Portugal. No pico do Inverno, quando os países do Norte da Europa não têm grandes condições de produção de energia a não ser através dos combustíveis fósseis ou do nuclear, Portugal podia estar a produzir energia fotovoltaica para lhes fornecer. Num dia de pico de frio em Espanha, por exemplo, em que de repente seja necessária muita electricidade, o preço da energia – cotado numa bolsa internacional – atinge valores muito elevados. Portugal só teria a ganhar com uma aposta decisiva neste sector.
In Notícias Sábado’ 199 (31 Outubro 2009) - Opinião de Teresa Alves, doutorada em Geografia Humana e Planeamento Regional e Local. Professora associada do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT) da Universidade de Lisboa, desenvolve a sua actividade nas áreas da dinâmica dos territórios e planeamento regional e local. É ainda autora e coordenadora de vários estudos e projectos.
